Por dentro possuo um quebra-cabeça, de peças complexas, de cores diferentes. Vou seguindo a vida tentando encaixá-las. Na infância montei as bordas com minha família, afinal a gente sempre começa montando as bordas para poder ter noção do tamanho real, do formato e facilitar a possibilidade de encaixar várias peças a partir daí. Desde então, a cada acontecimento, aprendizado, pessoa que fizesse parte da minha vida eu iria encaixar. Quando chegam esses momentos pego aquela peça única e vou vendo aonde ela se encaixa, vou testando até que acho seu lugar. Algumas peças eu já encaixei erroneamente porque pareciam caber naquele lugar, mas ao continuar montando acabei percebendo que me equivoquei. Não passa pela minha cabeça pegar uma peça e deixá-la para encaixar depois, sempre faço questão de colocá-la em seu lugar o quanto antes. Aliás, amo quebra-cabeças!
Desconheço se ao final da minha vida não faltarão peças ou qual a imagem que terei formado, mas mesmo assim não paro de montá-lo. Um desconhecido muito íntimo que algumas vezes me faz quebrar muito a cabeça.